Na síndrome da apnéia obstrutiva do sono (SAOS) do adulto ocorre obstrução da via aérea superior que leva a interrupção da respiração por um período de pelo menos dez segundos. A prevalência da SAOS é aproximadamente 3 a 7,5% para homens adultos e 1,2 a 4,5% para as mulheres. As queixas mais frequentes são sonolência excessiva diurna, sensação de sono não reparador, fadiga, acordar sentido falta de ar (engasgos) e ronco.
Quando o ar passa com dificuldade ele faz vibrar as estruturas da orofaringe (garganta) ocasionando o ronco e se o ar não consegue passar ocorre a apnéia. Grande parte das pessoas que tem apnéia estão acima do peso, alguns podem apresentar hipertrofia de amigdalas e outros o queixo pequeno.
Geralmente a pessoa que tem apnéia não tem consciência de que desperta muitas vezes, mas, estes despertares frequentes impedem um sono profundo e reparador. Alguns relatam acordar mais cansados do que quando foram dormir.
A Polissonografia no laboratório do sono é o exame gold standard (padrão ouro) para confirmar o diagnóstico de apnéia. Neste exame múltiplos parâmetros fisiológicos são avaliados como eletroencefalograma (para avaliar as fases do sono e os despertares), eletro-oculograma que mostra os movimentos rápidos oculares, eletrocardiograma, eletromiograma (para avaliar movimentos de membros que podem ser causa de despertares), esforço respiratório e oximetria.
O paciente é filmado no exame o que ajuda no diagnóstico diferencial de movimento periódico de membros ou alterações comportamentais durante o sono que também podem ser causas de hipersonolência diurna.
A apnéia do sono aumenta o risco de doenças cardiovasculares como hipertensão arterial, arritmias, fibrilação atrial e infarto do miocárdio. Outras queixas frequentes são cefaleia matinal, prejuízo de memória recente, dificuldades de atenção e de concentração. Diversos estudos demonstram maior incidência de acidentes de trânsito e de trabalho devido a redução do alerta.
Entre as medidas comportamentais que ajudam a melhorar a apnéia do sono estão evitar bebidas alcoólicas, atividade física e perda de peso. O exercício físico regular além de auxiliar no emagrecimento melhora a qualidade do sono.
A opções de tratamento incluem o aparelho intra-oral que pode ser usado nos caso de ronco primário e apnéia leve a moderada e o aparelho de pressão positiva contínua (CPAP) que é o tratamento de escolha para casos graves. A indicação de procedimentos cirúrgicos deve ser avaliada individualmente.
Se você apresenta ronco alto e qualquer das situações listadas abaixo você pode ter apnéia do sono:
- Seu companheiro (a) reclama do seu ronco;
- Seu ronco o acorda a noite;
- Você apresenta boca seca, sudorese ou cefaleia matinal;
- Você fica sonolento durante o dia quando quer ficar acordado;
- Com que frequência você se sente cansado durante o dia;
- Você tem pressão alta;
- Você tem arritmias sem causa aparente ou noturna.